Muitas vezes os pais, por orientação recebida, esperam que a criança alcance os marcos de desenvolvimento, mesmo que ainda não os tenha alcançado na idade mais comum ou “esperada”. Sem dúvida, acontecem catch ups e, como pais, precisamos acreditar e estimular. Contudo, também como pais, temos que ter consciência de que talvez aquela criança precise de estímulos específicos ou modulados por profissional treinado para alcançar o marco ou mesmo para identificar razões para a criança não atingir os próximos passos como esperado para a maioria das crianças.
A idade para diagnóstico de um atraso do neurodesenvolvimento deve ser o mais breve possível. Dessa forma, possibilitamos que a criança seja devidamente estimulada. No entanto, cabe ressaltar que o diagnóstico de transtornos específicos pode demorar um pouco mais, conforme o contexto permitir. Por exemplo, é frequente diagnosticarmos os atrasos da fala na criança com autismo e só mais tarde alcançarmos a certeza diagnóstica. Contudo, desde o início a criança estará sob estimulação com a fonoaudiologia e com a psicologia no treinamento comportamental. Assim, mesmo que a criança não tenha sintomas suficientes para o diagnóstico, não terá prejuízo amplificado. E claro, na medida em que os tratamentos farmacológicos se mostrarem mais úteis, deveremos iniciá-los precocemente.